Necrópole - Osvaldo Silva Neto
O despertar depois da morte, pode não ser bem o que se espera. A visão de um Céu, onde todos pressupõem um acolhimento feliz, ao lado de anjos ou santos, definitivamente, não representa a realidade. Todos terão que quitar suas dívidas, por menores que sejam. E não é no Céu que esse processo de ajuste será realizado. Então, desafetos do passado, estarão à espera de seus algozes para o ajuste de contas. Mas, como nada é perpétuo, em se tratando do relacionamento entre as pessoas, tanto para o bem, como no mal, haverá sempre momento da quitação dos débitos, e novas oportunidades de reequilíbrio. Não importa quanto tempo isso leve, nada será deixado de lado. Todas as ações para o bem ou para o mal serão levadas em conta. E no saldo final, a moeda de troca será sempre o rearranjo espiritual, através do perdão sincero dos antes inimigos de qualquer época, e que agora se tornam operários do bem. Troca-se de posição a cada nova oportunidade de reajuste individual, através das várias encarnações. Dessa forma, o escravo do passado, torna-se o senhor e coronel da atualidade, e vice-versa. Até que todas as arestas sejam aparadas, independentes da classe social, da cor da pele ou de qualquer outra forma de segregação. Até que todos sejam iguais e caminhem com o mesmo interesse comum: a evolução.